A História dos Cariri. Pesquisadora: Rosi Kariri, presidente
da Associação Indígena Kariri.
Apoio: Museu
Histórico e Cultural de Jundiaí e Nucleo de Assuntos Indígena
-SP, Fundação Nacional do Indio-FUNAI
Contato:Rua Pedro
Loda 305, Vl. Comercial, Jundiai- SP- CEP: 13210-590
rosicariri@yahoo.com.br
Características Físicas
dos Tapuias
Os homens apresentavam-se corpulentos,
possuidores de grande força física. A pele queimada, em tons de
marrom. Usavam cabelo longo ao sabor do vento. Não costumavam usar roupas.
Eram desprovidos de pêlos por todo o corpo. Apesar de andarem nus, cobriam
as partes íntimas com peças feitas de materiais rudimentares,
extraídos da natureza. Em contra partida, as mulheres apresentavam estrutura
física pequena, mas a cor era a mesma da dos homens. Costumavam manter
os cabelos curtos ou longos, de corpos rechonchudos. Também escondiam
suas partes íntimas. Adornavam seu corpo com o que encontravam na natureza
– Penas de aves, folhas de plantas nativas, raízes, utilizavam-se de
pedaços de paus para fazerem brincos, colares e outros. Utilizavam-se
de tais enfeites tanto para a prática das danças, como na preparação
para a guerra.
Rituais de Vida e Morte
Os Tapuias, por vezes, atingiam aproximadamente
dois séculos de vida. Quando isso acontecia eram homenageados por sua
tribo. Isto quando do sexo masculino - se do sexo feminino, ao darem à
luz a mais de um filho, tornavam-se cativas. Estando doentes são visitados
pelos amigos e se o caso de morte, matavam-nos para que não houvesse
sofrimento. A causa mais freqüente de óbito entre os Tapuias era
o veneno de cobra. Eram endocanibalistas, devoravam até mesmo os de sua
tribo, quando da sua morte.
A Vida Amorosa dos Tapuias
A puberdade era o período em que a donzela estaria pronta
para casar-se. A virgindade era bastante valorizada. O namoro, acontecia entre
danças, onde eram escolhidos os pretendentes. No noivado, o pretendente
oferecia presente ao sogro. Quando a donzela não arrumava pretendente,
era levada ao rei e este a possuía.
Os jovens tinham que demonstrar valor pessoal, exibindo força
física. O rei aprovava a cerimônia e quando esta se realizava,
furavam-se as faces dos noivos e colocavam pauzinhos. A festa durava cinco dias.
Os matrimônios eram severos, apesar da poligamia, mas as cerimônias
eram reservadas às primeiras esposas. Possuir várias mulheres
era sinal de prestígio. O adultério era raro, e o marido expulsava
a ré, depois de açoitá-la, no caso do flagrante e poderia
matá-los. Sobre os tapuias cariris, eram praticantes do adultério,
e era recíproco.
Da Gravidez, do Parto e das Crianças
A Índia, quando grávida, não tinha relações
com o marido, também enquanto amamentava. A tapuia dava à luz
nas matas, cozia o umbigo e a placenta e comia. Quando voltava ao acampamento,
o filho era cuidado por outra mulher. Os maridos tinham o mesmo resguardo da
parturiente. Esta se alimentavam de farinha de mandioca, milho, feijão,
até o nascimento dos dentes dos lactentes. Os nascidos mortos eram devorados
pelos tarairiús. As crianças começavam a andar com nove
semanas e aprendiam a nadar nesta mesma época. Entre sete e oito anos
eram furados o lábio inferior e as orelhas e colocados ossos e paus,
depois eram batizados, ficando aptos para as lutas.
Ferocidades, Armas e Lutas dos Tapuias
Os Tapuias possuíam semblante ameaçador, corriam
igual as feras, por isso eram muito temidos. Eram inconstantes, fáceis
de ser levados a fazer o mal. Eram fortes, carregavam nos ombros grandes pesos.
Ao irem para guerra, marchavam em silêncio, mas no embate faziam bastante
alarido, jogando setas envenenadas das quais os feridos jamais escapavam.
Foram úteis, como aliados dos holandeses, conduzindo
aos lugares mais difíceis. Os tapuias que se destacavam nas lutas eram
considerados heróis. O poder real não era hereditário,
este era substituído quando morto. O rei distinguia-se dos outros pelos
cabelos e pelas unhas. Os tapuias eram muito obedientes ao rei.
Os tapuias se enfeitavam da cabeça
aos pés para as lutas. Suas armas eram as flechas, as pranchetas, arcos
e dardos, que usavam com grande habilidade. Usavam também as clavas e
machados de mão; as armas eram enfeitadas com bonitas plumas. Eles não
se utilizavam das armas de fogo, passaram a usar em razão da Guerra dos
Bárbaros.
Das Habitações dos
Tapuias
Eram nômades, paravam onde houvesse abundância
de alimentos. Gostavam de viver ao ar livre. Por isso não construíam
casa, levantavam alguns ramos para servir de abrigo. Eram gulosos, as reservas
alimentares dentro da área duravam somente dois ou três dias. Quando
partem para outros sítios tocam fogo no acampamento.
O rei era quem programava as atividades do dia e da noite.
Antes de partirem, banhavam-se no rio, para espantar a moleza. Quando mudavam
de acampamento, os mais fortes carregavam dois troncos de árvores. As
mulheres e os meninos conduziam as armas, as bagagens e os trastes. Chegados
ao local do novo acampamento, iam cortar árvores, e usavam os galhos
e ramagens para fazerem sombra. As habitações dos tapuias eram
toscas e feias.
Caça, Pesca e Agricultura dos Tapuias
Os tapuias levavam uma vida descuidosa.
Não semeavam, não plantavam, nem se esforçavam por coisa
alguma. Alimentavam-se com mel de abelhas e maribondos e com todas as imundícies
da terra, como cobras e lagartos. Os tapuias armavam ciladas aos peixes e animais,
utilizando seu admirável olfato e sua habilidade para comer. Alimentavam-se
ainda de frutos agrestes, caça fresca, peixes, tudo sem temperos ou condimentos.
Não semeavam outra coisa além da mandioca.
Para assar a carne, eles cavavam um buraco na terra e colocavam
a carne, depois enterravam pondo folhas de árvores por cima e faziam
uma fogueira por cima de tudo.
Para atraírem felicidade na caça e pesca, os
tapuias cariris queimavam ossos de animais ou espinhas de peixes.
Os Jovens caçadores presenteavam os velhos da tribo
com caças e pescarias, sem sequer comer um único pedaço.
Durante o período de caça e pesca, comiam uma sopa muito rala,
feita com farinha de milho ou mandioca. Depois dessa temporada, estavam magros,
por razão do intenso trabalho e da alimentação inadequada.
A Língua dos Tapuias
A linguagem era um tanto mal entendida,
pois era trêmula, e cantada, não se entendia nada.
Dezenas de palavras foram usadas na linguagem dos tapuias como
por exemplo; carfa, caruatá, cayú, comatyn, corpamba, corraveara,
cucuraí, ditre, entre outros.
As Aldeias Indígenas
Foram aldeias, que em pouco tempo foram transformadas em vilas,
onde existia um chefe para governar esse vilarejo indígena, onde estabeleceu-se
a forma de vida um tanto democrática entre os demais. Podemos citar alguns
nomes de aldeias existentes, como: a aldeia Jacoca, Utinga, Baía da traíção,
Monte Mor da preguiça, Boa Vista, Cariris, Campina Grande, Brejo, Panatis,
Coremas, Aldeia dos Pegas, dos Icos pequenos, etc.
Religião dos Tapuias
A religião dos Tapuias era basicamente animista, eles
adoravam as forças da natureza com o trovão, a lua, o sol, além
disto, acreditavam que certos animais, como serpentes, aves e alguns mamíferos,
como morcegos, praticaram sacrifícios de animais, até humanos.
Os europeus aqui chegados trataram de demonizar os deuses dos Tapuias, como
podemos ver na frase do cronista Morisot, "Os brasilianos só adoram
o diabo, não que daí esperem um bem, mas porque o temem, e por
esse motivo oferecem sacrifícios e o invocam". (30, 125).
Os Tapuias também tinham como Deus principal a Constelação
da Ursa Maior, para eles um inimigo dos Tapuias o intrigou com o seu Deus, este
era a raposa, a causadora de sua expulsão do paraíso. Os tapuias
acreditavam na imortalidade da alma desde que a pessoa não tivesse morrido
de morte matada ou de picada de serpente.
Os Tapuias não faziam nada sem antes consultar
os feiticeiros e adivinhos. De um modo geral, a religião dos tapuias
lembra um pouco as religiões da África, no tocante a influência
forte dos feiticeiros na vida indígena. Os europeus viam nos rituais
dos tapuias um comércio direto com os poderes do inferno, além
disto os tapuias possuíam deuses também que regiam a agricultura,
a pesca e a caça, os invocaram e sacrificaram a eles para obter boas
colheitas, pesca e caça fartas. Os tapuias tinham uma lenda que falava
no Deus da criação, que tinham dois filhos, o mais novo foi embora
para a terra, o Deus pai enviou seu filho mais velho para buscar seu filho mais
novo, mas este e seus filhos acabaram maltratando e matando o irmão mais
velho, que depois de morto ficou na terra, entre seus parentes, por vários
dias e somente depois ascendem ao céu, retornando para o seu pai.
Os europeus acreditavam que o Deus
em quem os tapuias falavam era o Deus de Israel, o filho mais velho Jesus Cristo
e o filho mais novo seria o próprio Lúcifer ou Caim.
A Revolta liderada por Mandu Ladino
Em 1693, com a descoberta das minas de ouro e diamantes em
Minas Gerais,
houve uma corrida para essa região. Muitos portugueses deixaram sua pátria
para tentar a sorte no Brasil, outros partiram de São Paulo e da Bahia
para fazer fortuna. De repente havia na região das Minas muitas bocas
para comer.
Campos nas margens do rio das velhas na província de
Minas Gerais. Rugendas (detalhe).
Com isso, as fazendas de gado se multiplicaram
pelo interior para abastecer a grande população que ia para Minas.
Baianos e portugueses foram invadindo as boas terras à beira do rio Parnaíba,
no atual Estado do Piauí. Mais uma vez a expansão do gado trouxe
consigo a expulsão das nações indígenas e a ocupação
de suas terras.
Em 1712, no interior do Piauí, houve uma sublevação
na fazenda de Antônio da Cunha Souto, morto pelos índios revoltados
com a crueldade do fazendeiro. A revolta espalhou-se rapidamente por léguas
e léguas: no Maranhão, no Piauí e no Ceará. Mandu
Ladino, um índio batizado e educado pelos padres, liderou esse movimento
com mão firme e tornou-se, por sete anos, o homem mais forte da região.
Ele era da nação Kariri, mas muitos povos de língua tupi
que moravam no Ceará juntaram-se a ele contra os fazendeiros. Foi uma
importante rebelião, que abalou mais uma vez o sertão nordestino.
Muitos portugueses morreram e muitas fazendas foram destruídas no Ceará
e no Piauí.
Acontece que em Viçosa, no planalto da serra da Ibiapaba,
os jesuítas haviam fundado uma grande aldeia cristã, onde moravam
cerca de 10 mil indígenas. Os padres controlavam essa povoação,
em que viviam predominantemente indígenas Tobajara de língua tupi.
Aconselhados pelos padres e pelos portugueses da região, os Tobajara
quebraram a força do movimento indígena unido. No ano de 1719,
os fazendeiros organizaram uma grande expedição contra Mandu Ladino
e seus guerreiros Kariri, conseguindo matá-los e ganhar a guerra.
Se o bom entendimento entre os povos de língua jê
e tupi tivesse durado, os portugueses teriam perdido o Ceará, que poderia
ter sido o primeiro Estado indígena em terras de Portugal, ou melhor,
teria sido o primeiro território indígena que Portugal não
conseguiu dominar.
Após essas derrotas, a quase totalidade dos índios
do Nordeste foi ou escravizada ou confinada nos aldeamentos de missionários.
Houve também grupos fugidos dos aldeamentos que vagavam pelo sertão.
Apesar de massacrados e espoliados, os grupos remanescentes participaram de
uma nova revolta, que envolveu os pobres do sertão e ficou conhecida
como a Guerra dos Cabanos.
Os Kariri do São Francisco
Os Kariri
viviam, como alguns grupos Tupi, em aldeias cercadas para evitar os ataques
dos inimigos. Além do arco, da flecha, do machado de pedra, criaram o
tsoncupy, uma lança feita de pau-brasil, cujas pontas terminavam em forma
pontiaguda, e a azagaia, com qual lançavam pequenos dardos. Como afirmou
um historiador, esses dardos eram lançados "com tal velocidade que
não encontrando nenhum osso, atravessavam o corpo de um homem".
Tal como os Tupi, eram um povo dos
rios. Além de serem habilidosos remadores, eram exímios nadadores.
Desde a mais tenra idade a criança era jogada na água para aprender
a nadar. Ao nascer, o menino era esfregado com
a pele do porco-do-mato, animal protetor do grupo, e lavado com aluá,
cauim feito de milho ou mandioca, para que no futuro fosse bom caçador
e grande consumidor da bebida.
Entre
as entidades veneradas pelos Kariri destaca-se Nhinhó, criador do mundo
e do povo Kariri; Badzé ou Padzu, deus da floresta e do fumo que teve
dois filhos: Poditã, deus da caça, e Warakidzé, deus da
chuva. Quem desrespeitasse essas entidades poderia receber um castigo de morte
dado através do bisamu ou pajé. Um dos principais rituais era o do Warakidzã,
que durava de três a quatro dias e ocorria na época do amadurecimento
do coquinho do ouricuri, alimento preferido do porco-do-mato. Nessa ocasião,
Warakidzé descia da estrela Orion, como "encantado", na figura
de um jovem formoso, exigindo enfeites de penas e determinando a perfuração
dos lábios dos adolescentes
Confederação
dos Cariris (Guerra dos Bárbaros)*
* Bárbaros - índios não
Tupis, ou nativos que não falavam tupi-guarani - os índios de
língua travada. Entenda-se por Cariris os Tapuias em geral. Pelo exposto, já é possível
concluir que o mundo indígena findou-se com o avanço das fazendas
de gado do branco colonizador (que assassinava os gentios, violentava-o sexualmente,
usurpava as terras deste) e com a própria ação dos missionários
católicos, os quais, na pretensão de catequizar o nativo, acabaram
por destruir-lhe a cultura e o modo de viver.
Um
dos grandes exemplos da resistência indígena no Brasil deu-se com
a chamada "Guerra dos Bárbaros" ou "Confederação
dos Cariris", que durou cerca de 30 anos (1683 - 1713), na qual nativos
do Rio Grande do Norte e principalmente do Ceará, e alguns de Pernambuco,
Piauí e Parnaíba se uniram em uma confederação para
enfrentar o conquistador branco.
A
presença dos paulistas não evitou que a guerra entre os brancos
e os silvícolas confederados se dilatasse anos seguidos das fronteiras
do Rio Grande do Norte ao interior do Ceará. Os Baiacus foram os mais
terríveis e constantes inimigos dos colonizadores na zona do baixo Jaguaribe.
No ano de 1713 a Confederação mostrou-se
ainda viva na revolta geral desencadeada pelos Baiacus, Anacés, Jaguaribaras,
Acriús, Canindés e Jenipapos, que forçaram os Tremembés
a segui-los. A vila do Aquiraz, então sede
da Capitania, foi inopinadamente atacada. Na sua defesa morreram 200 pessoas.
O resto da população fugiu, defendendo-se como pode pelo caminho,
que se semeou de mortos, indo acolher-se à proteção dos
canhões da fortaleza de Nossa Senhora da Assunção na foz
do Pajeú. Entrou então em ação
o famoso regimento de ordenanças do coronel João de Barros Braga.
Essa cavalaria, vestida de couro como os vaqueiros e composta de homens conhecedores
do terreno em que pisavam, bem como do modo de guerrear dos indígenas,
exterminou-se em violentíssima guerra de morte, que subiu pelo vale do
Jaguaribe ao do Cariri e aos confins piauienses. Assim,
acabou melancolicamente a terrível Confederação dos Cariris
que durante 30 anos trouxe em sobressalto as gentes que iam povoando e civilizando
as terras do Rio Grande do Norte e do Ceará.
Os embates
sangrentos dessa verdadeira guerra chegaram quase aos nossos dias. A tradição
oral conservou por longo tempo a memória das crueldades e morticínios
praticados no decurso das lutas, sobretudo das ações bárbaras
dos índios a serviço dos contendores. Os
únicos que sofreram alguma punição, foram os índios
envolvidos no confronto, obrigados a deixar o Ceará (para não
mais serem usados pelos coronéis). Os Montes, segundo registram os antigos
historiadores, saíram da contenda empobrecidos e dizimados, enquanto
os Feitosas continuaram fortes e a exercer seu poder nos anos seguintes. Nenhuma
tribo resistiu às tentações da aguardente, às moléstias
contagiosas, às brutalidades do colonizador. Em três séculos
toda essa pobre gente emigrou, fugiu, desapareceu. O índio do Ceará
foi desaparecendo misteriosamente, como sentindo que o seu tempo passara e eles
se haviam tornado estrangeiros em sua própria terra. O
sangue índio, embora diluído e fraco, corre ainda na veia dos
matutos, dando-lhes com os traços fisionômicos, a coragem e a resignação
da raça vencida.
Eles não desapareceram! Eles
existem! Hoje, seus descendentes, como os Tremembés (em Almofala - Itarema),
Os Genipapos e Canindés (em Lagoa da Encantada - Aquiraz), os Paiacus
)em Aquiraz e Pacajus), os Pitagarys (em Maranguape), os Tabajaras (em Viçosa)
e os Tapebas (estes originários do convívio entre Cariris, Potiguares
e Tremembés em Caucaia) lutam pelo reconhecimento e preservação
de sua identidade e patrimônio cultural, além de exigirem, com
toda razão, a demarcação de terras historicamente a eles
pertencentes. A resistência indígena continua!
Confederação
Cariri
Para
suas sesmarias e que viviam em coexistência pacifica com os indios Cariris
que devido as suas curiosidades acabaram assimilando a norma de vida do branco,
porém com a tirania do cativeiro posta em pratica pela necessidade do
trabalho braçal e devido a especulação do mercador que
via no indio um negocio rendoso acabou inconformando as tribos que por conta
disto acabaram pegando em armas contra o invasor, na chamada Confederação
dos Cariris numa luta que travaram de vida e morte e que durou mais de dez anos
com extremos de desumanidade, onde o grupo Janduis inimigos tradicionais dos
portugueses foi o mais aguerridos e que logo após após a expulsão
dos holandeses haviam se refugiado em suas terras temerosos de uma possível
vingança.